Nessa quinta-feira (16), o primeiro dia do III Fórum Aprimore: Mudanças e Reflexões foi encerrado com a discussão sobre gestão de pessoas e saúde mental de servidores durante a pandemia da Covid-19. A Secretaria de Gestão de Pessoas e a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do Superior Tribunal de Justiça (STJ) atuaram, desde o início da pandemia, com iniciativas para adaptar os servidores ao teletrabalho e manter a qualidade de vida e a saúde mental.
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Nas palestras, foram destacados o acolhimento e o apoio dado aos servidores e colaboradores no enfrentamento aos desafios da doença. A mediadora foi a chefe da Seção de Gestão de Desempenho e Carreira, Dalila Taís Miguel.
Luz no fim do túnel
A primeira palestrante foi a secretária de Gestão de Pessoas, Solange da Costa Rossi, que destacou a necessidade da mudança rápida para o mundo virtual, trazida com a pandemia. "Na SGP não tínhamos trabalho virtual, e tivemos que aprender rapidamente a adaptar nossa rotina de trabalho", comentou. Ela disse que reuniões virtuais se tornaram norma e foi necessário usar novas ferramentas de comunicação. "Muitos servidores apresentaram casos de ansiedade e medo da contaminação. Outros não viam uma luz no fim do túnel, à medida que o isolamento se estendia", recordou.
Uma das preocupações foi a perda da sociabilidade, especialmente entre os servidores mais idosos e os aposentados. "Tivemos um grande sucesso ao buscar essas pessoas e oferecer apoio", lembrou. Por outro lado, alguns colaboradores relataram o aumento na qualidade do relacionamento com a família. "Eles disseram que tinham mais tempo para ficar com a família, não tinham mais que enfrentar o trânsito e até aumentaram a produtividade", descreveu.
Solange Rossi afirmou que algumas mudanças trazidas com a pandemia são irreversíveis, e ainda há vários desafios a serem vencidos. "Muitos servidores estão tendo dificuldades de acompanhar a transformação digital e precisam de treinamento para superar esse espaço. Já estamos desenvolvendo um projeto de capacitação com o Centro de Formação e Gestão Judiciária (Cefor)," declarou.
Por outro lado, a secretária aponta a necessidade de manter o fluxo de comunicação e, com o retorno dos servidores ao STJ, preservar a empatia conquistada durante a pandemia.
Impacto direto
O chefe da Seção de Assistência Psicossocial (Seaps), o psicólogo Fábio Angelim, observou que a pandemia teve impactos diretos na saúde mental e na qualidade de vida. "O estresse causado pelo isolamento, pelo luto e pelo medo foram muito pronunciados", afirmou. Segundo o psicólogo, foi necessário reforçar a informação sobre procedimentos, como o uso de máscara e álcool em gel, para garantir a proteção dos servidores. "Tivemos a preocupação de fazer a busca ativa de servidores com fatores de risco de problemas mentais, como ser diagnosticado com a Covid ou ter parentes e amigos diagnosticados, luto e isolamento social", descreveu
A Seaps, em parceria a Secretaria de Gestão de Pessoas e a Secretaria de Comunicação Social, realizou rodas de conversa, disponibilizou informações por e-mail e canais de comunicação do tribunal e deu apoio psicológico e psiquiátrico. "É necessário formalizar os casos de adoecimento dos servidores, para termos uma ideia mais precisa de como prevenir e tratar esses casos", reforçou Fábio Angelim.
O palestrante expressou, ainda, a sua preocupação com o desgaste emocional dos gestores. "Os gestores são peças essenciais para manter a equipe saudável e produtiva, mas muitos passam por um grande desgaste e têm que lidar com os problemas de todos", afirmou.