A advogada e professora Maria Eugênia Rodrigues Luz, do curso de Direito da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, está realizando pesquisas em Curitiba, junto a processos da Justiça Federal já arquivados. A pesquisadora está sendo atendida pela servidora Maria Cristina dos Santos Souza, supervisora da Seção de Arquivo Judicial e Administrativo da Justiça Federal do Paraná, vinculada à Divisão de Documentação e Memória. Os arquivos da JFPR em Curitiba ficam em prédio localizado no bairro Boqueirão.
Maria Eugênia é doutoranda pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Sociedade, Cultura e Fronteiras da Unioeste, e iniciou as pesquisas no Arquivo Judicial da JFPR no ano passado. “Estou escrevendo a defesa final com previsão de entrega para dezembro/2024. Minha linha de pesquisa é 'território, história e memória', e o título provisório da tese é 'O poder do discurso desenvolvimentista a partir dos processos judiciais de desapropriação do lago de Itaipu: um estudo de caso da Justiça Federal brasileira'. Em março do ano passado fiz, pela primeira vez, a pesquisa nos processos arquivados, nos quais analisei o discurso da Itaipu, dos desapropriados e do magistrado que prolatou a sentença. Atualmente estou coletando mais dados para a escrita final da tese, que consiste em fazer a análise do discurso dos processos de desapropriação e indenização para a construção do Lago de Itaipu”, explica.
Em dezembro de 2023, o pesquisador curitibano Arthur Schott Lopes, que cursa doutorado na Universidade de Chicago (EUA), também procurou material nos Arquivos Judiciais da Justiça Federal em Curitiba e em Foz do Iguaçu. Arthur desenvolve pesquisas sobre conflitos de terra no oeste do Paraná, sobretudo a partir da década de 1950.
“Numa análise superficial, pode-se imaginar que os arquivos guardam apenas 'papéis velhos'. Mas esta é uma ideia reducionista e antiquada. Os arquivos guardam memória e história. Um arquivo que passa por processos criteriosos de gestão documental consegue guardar de forma correta e preservacionista todo o rico manancial de informações e dados contidos em processos judiciais. E esta fonte de conhecimento é importantíssima para nos explicar o funcionamento da sociedade e da própria justiça em suas mais variadas épocas, colocando à disposição do pesquisador um conjunto de dados que servirá para fundamentar teses e estudos”, avalia Afonso César da Silva, diretor da Divisão de Documentação e Memória da JFPR.
A pesquisadora Maria Eugênia (de blusa listrada), os servidores dos Arquivos Maria Cristina e Fábio Renato, e os estagiários Pedro Henrique, Fernanda e Rômulo ()