• Telefone: (47) 3382-2422
  • Email: atendimento@marcelobonaadvogado.com.br

Blog

Abrem às 13h da próxima terça-feira (6/7) as inscrições para estágio em Direito em análise processual do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Os estudantes interessados deverão se inscrever até as 18h do dia 16/7.

Entre 6/7 e 18/7, depois de fazer a inscrição, o candidato deve enviar a documentação comprobatória para o e-mail selecao@trf4.jus.br. As inscrições homologadas serão divulgadas até 20/7.

O estágio tem carga horária de 4 horas, no turno da tarde, com remuneração de R$ 833,00, acrescidos de R$ 9,40 de auxílio-transporte por dia presencial trabalhado.

Avaliação

A prova será realizada no dia 22/7, às 14h30min, em plataforma online do TRF4 com acompanhamento síncrono em vídeo. Todas as informações pertinentes à prova serão disponibilizadas aos inscritos dois dias antes pelo e-mail cadastrado.

Para realizar a avaliação, que consistirá na realização de um relatório de um caso processual hipotético, o estudante deverá ter um computador com câmera e microfone em funcionamento, além de acesso à Internet.

O resultado será divulgado a partir de 12/8, e a data de ingresso prevista é 30/8.

Edital

Para participar do processo seletivo, é necessário ter cursado, no mínimo, 30% e, no máximo, 65% do curso de Direito, em uma das instituições de ensino conveniadas ao Tribunal.


(Arte: TRF4/DRH)

O desembargador federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle, integrante do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), foi empossado hoje (1°/7) como novo membro efetivo, na classe de juiz federal, do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS). A cerimônia foi realizada de forma remota por videoconferência e transmitida online. Na solenidade, também tomou posse a advogada Kalin Cogo Rodrigues na vaga de membro substituta na classe dos juristas.

Aurvalle, que vai atuar durante o biênio 2021-2023, assumiu como membro da Corte eleitoral ocupando a vaga deixada pelo desembargador federal Thompson Flores, também do TRF4.

Após o magistrado prestar o compromisso do cargo, o presidente do TRE-RS, desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, realizou o ato de posse.

O desembargador eleitoral Gerson Fischmann saudou o novo integrante e falou em nome da Corte. “Recebe esse TRE um magistrado de altas qualificações profissionais e notório saber jurídico. Aurvalle possui um trajeto sempre moldado pela estudo e equilíbrio, sendo um magistrado de grande currículo, que passou por quase todas as funções do Direito”, declarou Fischmann.

“A atuação dele é marcada por um olhar humanitário e pela inteligência destacada no exercício das ciências jurídicas. É um julgador do mais elevado conhecimento para nos guiar na defesa do Estado de Direito, da democracia e da liberdade, ainda mais em um ano próximo que prevê uma eleição tão acirrada. A Justiça Eleitoral tem um reforço extraordinário ao contar com o desembargador Aurvalle em seus quadros”, destacou Fischmann.

Em sua manifestação, o desembargador Aurvalle afirmou sentir-se muito honrado de agora desempenhar funções em duas Cortes, o TRF4 e o TRE-RS. Ele ainda falou sobre os perigos da disseminação de notícias falsas pelas redes e mídias sociais, lembrando que isso é uma ameaça para a democracia e para o processo eleitoral na modernidade.

“A responsabilidade que os magistrados eleitorais possuem é muito grande. A soberania do povo é o princípio e o fim, cumpre a nós da Justiça Eleitoral lutar para que esses desafios sejam vencidos e que a vontade popular seja plena na escolha dos seus representantes, garantindo a concretização do ato máximo da democracia”, ressaltou em sua fala Aurvalle.

O presidente do TRF4, desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, acompanhou a sessão solene e parabenizou o colega pelo novo cargo.

“Nós da Justiça Federal temos o orgulho e a tranquilidade de sermos bem representados nesse Tribunal Eleitoral pelo desembargador Aurvalle, um homem culto e qualificado. Tenho a absoluta convicção de que a chegada dele é uma grande aquisição para o TRE gaúcho. O processo eleitoral e os jurisdicionados são os principais beneficiados com essa posse”, concluiu Valle Pereira.

O desembargador federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle tomou posse hoje (1°/7) como novo membro do TRE-RS
O desembargador federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle tomou posse hoje (1°/7) como novo membro do TRE-RS ()

A cerimônia ocorreu por videoconferência e foi transmitida online
A cerimônia ocorreu por videoconferência e foi transmitida online ()

O presidente do TRF4, desembargador federal Ricardo Teixeira Valle Pereira, participou do evento
O presidente do TRF4, desembargador federal Ricardo Teixeira Valle Pereira, participou do evento ()

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu, nesta semana (29/6), prorrogar o salário maternidade de segurada que teve sua filha prematuramente. A criança está na UTI, sem previsão de alta. O relator do caso na Corte, juiz federal convocado Arthur César de Souza, da Turma Regional Suplementar do Paraná, entendeu que o benefício deve ser pago enquanto a criança estiver internada e até 120 dias após a alta.  

O bebê nasceu em 8 de janeiro deste ano, no município de União da Vitória (PR), com 29 semanas de gestação, apresentando graves problemas de saúde. A licença maternidade venceu em maio e, para conseguir cuidar da filha, a mãe ajuizou o pedido de prorrogação do salário maternidade, o que foi aceito pela primeira instância.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entretanto, recorreu, alegando que a decisão carece de fundamentação. Ressaltou ainda, não haver previsão legal para a extensão da licença maternidade pretendida.

Segundo o relator, esta posição vem sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Este colegiado, revendo seu posicionamento e alinhando-se a entendimento proferido em decisão monocrática pelo Ministro Edson Fachin na ADIn 6.327 MC/DF, entendeu pela possibilidade de prorrogação do salário maternidade quando o parto for prematuro e houver internação em UTI neonatal”, afirmou o magistrado.


(Foto: Edwirges Nogueira/Ag. Brasil/EBC)

O juiz federal Nivaldo Brunoni, convocado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), concedeu ontem (30/6) prisão domiciliar à advogada Luceia Aparecida Alcântara de Macedo, presa desde 15 de junho, quando foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) a Operação Efialtes.

Conforme a PF, ela atuava em esquema que burlava o sistema penitenciário federal por meio de troca de bilhetes com agentes da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). O objetivo seria o fortalecimento de lideranças do Comando Vermelho.

Brunoni reconsiderou decisão expedida dois dias antes (28/6) que havia indeferido o habeas corpus. Ele levou em consideração parecer do Ministério Público Federal (MPF) favorável à substituição da prisão. Segundo o MPF, a investigada não exercia papel de liderança na suposta organização e tem uma filha menor de 12 anos de idade, caso em que a lei admite a prisão domiciliar.

Essa foi, inclusive, a alegação da defesa no pedido de reconsideração, pois a filha de Luceia está sendo cuidada por uma empregada doméstica, não tem vínculo com os avós e o pai está foragido.

Fachada da sede do TRF4, em Porto Alegre (RS)
Fachada da sede do TRF4, em Porto Alegre (RS) (Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4)

​​O segundo dia do VIII Seminário de Planejamento Estratégico Sustentável do Poder Judiciário contou com a apresentação da diretora-executiva de pesquisas judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gabriela Soares de Azevedo, que expôs o 5º Balanço Socioambiental do Poder Judiciário. O estudo foi desenvolvido com dados do ano de 2020. 

O Balanço Socioambiental é realizado anualmente em todo o país. O documento recebe dados de 119 órgãos do judiciário, como tribunais, conselhos e outros. No total são 16 blocos de indicadores, entre eles estão consumo de água, papel e eletricidade, políticas de inclusão social e ações de reciclagem. Veja aqui o Balanço Socioambiental do Poder Judiciário completo.

O painel teve a mediação da coordenadora de gestão estratégica e sustentabilidade do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), Adriana Tostes. Segundo Gabriela Azevedo, a pandemia de Covid-19 impactou diretamente o Judiciário, com a diminuição sensível do consumo, devido ao teletrabalho e trabalho remoto. "Entretanto já víamos uma melhora nos indicadores no período pré-pandemia e há uma tendência de aumento nas modalidades de trabalho on-line. Isso nos leva a crer que não voltaremos aos índices [de consumo] de 2019", esclareceu.

Insegurança alimentar

Na sequência, o painel ODS 2 e 12 - Impactos Socioambientais da perda e Desperdício de Alimentos (PDA), teve a participação do analista da EMBRAPA Gustavo Porpino e do CEO do App Food Flow, Carlos Victor Mendes. O mediador do painel foi o chefe da Seção de Assistência Nutricional do Superior Tribunal de Justiça (SANUT/SIS), Aldemir Mangabeira. Ele observou que o Brasil vive hoje uma grande contradição, com 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar, mesmo sendo o maior exportador de alimentos do mundo.

O palestrante Gustavo Porpino ressaltou que a economia de alimentos está alinhada à vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (0DS) da Agenda 2030 da ONU, como o 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), 6 (Água Potável) e 12 (Consumo e Produção Consciente). "Há um grande espaço para diminuir o desperdício em toda a cadeia de produção e consumo, com uma agricultura mais cuidadosa, menos embalagens, melhor acondicionamento de alimentos e consumo mais adequado", explicou.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), na América Latina e no Caribe se desperdiça 11,6% dos alimentos, sendo que a média mundial é de 14%. Uma família brasileira desperdiça quase 130 quilos de alimentos por ano.

"Em 2013, houve um pico na segurança, com apenas 4,20% dos brasileiros em insegurança alimentar. Hoje, esse percentual passou dos 9%, especialmente no Nordeste e Norte", disse Porpino. Para o analista, políticas públicas são essenciais para mudar a situação e citou a Lei 14.016 de 2020, voltada para o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano. "O Judiciário tem um papel importante para ajudar a estabelecer mecanismos para facilitar a doação de alimentos", salientou.

Iniciativa Positiva

O segundo palestrante, Carlos Vitor Mendes, ressaltou que empresas, startups e empreendedores podem dar uma importante contribuição para combater a perda de alimentos. "Nosso site permite formar uma rede de fornecedores e restaurantes que vendem alimentos perto da data de vencimento para consumidores", explicou.

Segundo o palestrante, o desperdício de comida na América Latina acontece 28% na produção e 28% no consumo, por isso, inciativas como a da Food Flow podem diminuir esses percentuais. Ele citou outras empresas que seguem a mesma ideia, como a Fruta Imperfeita, o Comida Invisível e a Du Local.

Histórias que transformam

O dia foi encerrado, com o painel Histórias que Transformam, com a servidora do TJDFT Marilene Silva, que já foi catadora de latinhas. Ela conta que o sonho começou com o pai, que foi servidor público. "Casei com 18 anos e comecei a trabalhar como doméstica. Mas, com a chegada dos filhos, perdi esse emprego e comecei a catar latas", disse. Segundo ela, o dinheiro não era suficiente nem para comprar comida. Mesmo assim ela lutava e continuou a estudar.

Marilene recordou que, para informar-se sobre concursos, lia os jornais nas bancas. "Lembro de uma vez não conseguir fazer uma prova, pois estava com muita fome. Para a prova do TJ, eu pedi cinco reais para vários amigos e paguei a inscrição", recorda. Hoje, ela defende que a segurança alimentar é essencial para todo cidadão. "Passar fome não é fácil. Como podemos estudar, evoluir e trabalhar sem comida?", questionou.

Leia também:

Seminário de Planejamento Estratégico Sustentável do Poder do Judiciário discute planos de logística sustentável e de contratações nos tribunais

​Em razão da conclusão da fase oitiva de testemunhas e do caráter subsidiário da prisão cautelar, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes substituiu por outras medidas cautelares a prisão preventiva de quatro investigados na Operação Faroeste, que apura esquema de venda de decisões judiciais para o cometimento de atos de grilagem no Oeste baiano.

Tiveram a prisão revogada a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) Maria do Socorro Barreto Santigo; o advogado Márcio Duarte Miranda; o ex-assessor do TJBA Antônio Roque Neves, e a empresária Geciane Maturino dos Santos. Entre as medidas cautelares fixadas pelo magistrado, estão o monitoramento por tornozeleira eletrônica; a proibição de acessar as dependências do TJBA, e o impedimento de contato com outros acusados e com servidores ou terceirizados do TJBA.

Em relação ao empresário Adailton Maturino dos Santos e ao juiz Sérgio Humberto Sampaio, entretanto, o ministro manteve as prisões preventivas decretadas, por entender que os investigados não cumprem os requisitos para o relaxamento da medida cautelar mais extrema.

Ao determinar a soltura dos quatro investigados, Og Fernandes apontou que, além da finalização da oitiva das testemunhas, estão vigentes medidas como o afastamento cautelar das funções públicas dos agentes denunciados, o que diminui o risco à garantia da ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal.

"Não se olvida que os fatos atribuídos ao acusado pelo MPF são graves e devem ser detidamente apreciados na análise do mérito de presente demanda. No entanto, ausente neste momento a cautelaridade, a prisão preventiva – marcada pela subsidiariedade (artigo 282, parágrafo 6º, do CPP) – pode ser substituída por outras medidas cautelares listadas no artigo 319 do CPP", apontou.

Prisões preventivas ainda necessárias

Já no caso do empresário Adailton Maturino, Og Fernandes lembrou que há nos autos provas de diversos registros de identidades falsas relacionados ao investigado, bem como notícia de prisões anteriores e indícios de um vultoso patrimônio ainda não identificado completamente. O relator também destacou que o empresário se apresentava no Brasil como cônsul da Guiné-Bissau – função que, na realidade, nunca exerceu de maneira oficial.

Em relação ao juiz Sérgio Humberto Sampaio, o ministro apontou que, mesmo após a prisão do acusado, foram identificados indícios do pagamento de valores indevidos que seriam destinados ao magistrado – o que indica, para o relator, a possibilidade de continuidade das atividades delitivas. 

"Há, portanto, elementos de informação atuais sugerindo que, uma vez colocado em liberdade, o acusado poderia colocar em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal, já que, mesmo encarcerado, aparentemente não estancou a dinâmica criminosa", concluiu o relator.​

No encerramento do VIII Seminário de Planejamento Estratégico Sustentável do Poder Judiciário, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves trouxe aos participantes reflexões sobre a discriminação racial.

O magistrado lembrou que o tema combate ao racismo está inserido no assunto desenvolvimento sustentável, fazendo parte da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Benedito Gonçalves destacou que a Constituição Federal brasileira preconiza o princípio da igualdade em uma sociedade justa para todos e que a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.

Ele acrescentou que o racismo precisa ser tratado em duas dimensões. O racismo institucional, segundo ele, é menos evidente e se reflete, por exemplo, na desconfiança de agentes de segurança sobre a população negra sem justificativa. A outra vertente é o racismo estrutural, ainda menos perceptível.

"O racismo estrutural está cristalizado na cultura do povo de um modo que, muitas vezes, nem parece racismo. A presença do racismo estrutural pode ser constatada pelas poucas pessoas negras que ocupam lugar de destaque nas instituições", afirmou.

Estratégias normativas para aperfeiçoar legislação

O magistrado pontuou os trabalhos desenvolvidos pela comissão de juristas negros – instituída pela Câmara dos Deputados – para estudar e propor estratégias normativas para o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional e estrutural.

Presidida pelo ministro Benedito Gonçalves, a comissão trabalha para dotar o sistema jurídico de instrumentos para combater problemas como o encarceramento em massa da população negra e a violência das abordagens policiais, além de atuar no cruzamento do racismo com outros tipos de discriminação, como o machismo e a homofobia.

"Em relação à dimensão institucional do racismo, as questões jurídicas podem servir como elemento muito importante na luta antirracista, seja no aspecto ideológico, seja no aspecto técnico jurídico", explicou.

Para ele, quem trava a batalha contra o racismo deve atingir um horizonte mais amplo – que é o do racismo estrutural. "Isso implicaria em lidar com questões que não se vinculam à questão racial de modo direto, mas estão na base do racismo – e esse é mais disfarçado. Estou falando de normas relacionadas ao direito econômico, social e político", ressaltou.

Benedito Gonçalves defendeu, no entanto, cautela estratégica no tratamento do tema e no enfrentamento das questões com sabedoria. De acordo com ele, o STJ e a sociedade brasileira devem ter o texto constitucional como norteador para efetivamente lutar contra qualquer tipo de discriminação.

Inclusão de vítimas de violência doméstica

O painel Inclusão de cotas em contratos de terceirização para mulheres que sofrem violência doméstica – ODS 5 teve a mediação da servidora da Assessoria de Gestão Socioambiental (AGS) Victoria Moreno da Silva. A primeira palestrante, a diretora-geral do Senado Federal, Ilana Trombka, destacou a necessidade de um esforço maior das instituições para alcançarem mulheres vítimas de violência.

Ilana observou que muitas mulheres estão presas em um ciclo que acaba por naturalizar a vitimização. "Sou judia e tivemos a experiência da naturalização da violência nos campos de concentração. Foi um mecanismo de sobrevivência, que muitas vítimas adotaram", refletiu.

Em 2016, Ilana levou ao Senado a sugestão de criação de cotas em postos terceirizados para mulheres vítimas de violência, o que foi implementado. "Essa independência financeira é essencial para romper ciclos de violência", asseverou. Ela destacou que hoje a nova Lei de Licitações (Lei 14.333/2021) abriu espaço para órgãos públicos adotarem o mesmo sistema.

A segunda palestrante do dia foi a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e autora do livro Invisíveis Marias, Rejane Suxberger. Ela saudou a luta constante do STJ pelas pautas sociais. "A pandemia e a crise econômica agravaram os problemas sociais e impactaram, especialmente, as mulheres", observou.

Para a juíza, o gênero feminino sofre discriminação independentemente de classe social ou etnia, como nos casos de maternidade e mercado de trabalho. "Uma em cada quatro mulheres sofre violência no mundo. No Brasil, 23% das mulheres são agredidas em suas próprias casas, na grande maioria, pelo marido ou companheiro", informou.

Rejane Suxberger trouxe dados de uma pesquisa do IPEA segundo a qual mulheres ativas no mercado de trabalho têm menos chance de ser vitimadas pela violência. "Não é só uma pauta das mulheres. Temos perda de produtividade, custos de tratamentos e aumento da evasão escolar, que afetam toda a sociedade", comentou.

Compras públicas sustentáveis

O segundo painel do último dia de evento teve como tema a Nova Lei de Licitações e o Desenvolvimento Sustentável – ODS 6. O palestrante Thiago Uehara, pesquisador do Instituto Chantam House, da Inglaterra, pontuou que é necessário pensar em "compras sustentáveis 2.0" e informou que compras públicas movimentam mais de US$ 13 trilhões por ano no mundo.

"Inovação em compras públicas não é um privilégio de países ricos. O Brasil dá um belo exemplo, especialmente em compras de alimentos, com a transparência e a preocupação com a origem dos produtos", comentou. Para o pesquisador, é necessário superar o modelo dos anos 1990 de desenvolvimento ligado ao consumismo.

O secretário adjunto de gestão do Ministério da Economia, Renato Fenilli, afirmou que não se pode mais pensar em contratações não sustentáveis. "Elas são simplesmente ilegais. O marco legal da Lei de Licitações traz a sustentabilidade como princípio obrigatório", destacou.

Segundo ele, as compras feitas pelos entes públicos devem levar em conta aspectos sociais, culturais e econômicos e seguir diretrizes como os ODS, os Planos de Logística Sustentável e a estratégia dos órgãos e entidades. Além disso, na sua opinião, há várias lacunas que o Judiciário deverá preencher, como se incluirá ou não mulheres trans na definição de "mulher", ou se a violência é só doméstica ou familiar. "O Judiciário terá um importante papel resolvendo isso", declarou.​

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a proibição de pesca nas pontes Colombo Sales, Pedro Ivo Campos e Hercílio Luz, que dão acesso a cidade de Florianópolis. A 3ª Turma da Corte determinou a adoção de providências para impedir a prática, tendo em conta o perigo que a atividade pesqueira representa para o tráfego nesses locais. A decisão unânime foi proferida em sessão telepresencial de julgamento ocorrida no final de maio (25/5).

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou a ação contra a União, o Estado de Santa Catarina e o Município de Florianópolis, pedindo a proibição. Segundo o MPF, a pesca traz riscos à navegação e à integridade física de quem passa por baixo das pontes.  O juízo da 6ª Vara Federal de Florianópolis decidiu pela proibição, e a União interpôs um recurso junto ao TRF4.

“A decisão que determina a execução de medidas de impedimento da pesca nos locais objeto da ação civil pública, na medida da competência de cada um dos réus, parece, de fato, estar prestigiando solução que melhor resguarda a integridade física tanto das pessoas envolvidas com a pesca, quanto daqueles que se valem do trecho para o tráfego, incluindo aí agentes públicos em serviço”, afirmou a desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler, relatora do caso na Corte.

Ponte Hercílio Luz em Florianópolis
Ponte Hercílio Luz em Florianópolis (Foto: Secom/Governo do Estado de SC)